Um desenho feito com uma só cor tem muito valor e significado, mas não
há como negar que a introdução de matizes e tonalidades amplia o
conteúdo e a riqueza visual. Foi a favor da diversidade e pensando no
direito de todos de aprender que a
Lei nº 7.853
(que obriga todas as escolas a aceitar matrículas de alunos com
deficiência e transforma em crime a recusa a esse direito) foi aprovada
em 1989 e regulamentada em 1999. Graças a isso, o número de crianças e
jovens com deficiência nas salas de aula regulares não para de crescer:
em 2001, eram 81 mil; em 2002, 110 mil; e 2009, mais de 386 mil - aí
incluídas as deficiências, o Transtorno Global do Desenvolvimento e as
altas habilidades.
Hoje, boa parte das escolas tem estudantes
assim. Mas você tem certeza de que oferece um atendimento adequado e
promove o desenvolvimento deles? Muitos gestores ainda não sabem como
atender às demandas específicas e, apesar de acolher essas crianças e
jovens, ainda têm dúvidas em relação à eficácia da inclusão, ao trabalho
de convencimento dos pais (de alunos com e sem deficiência) e da
equipe, à adaptação do espaço e dos materiais pedagógicos e aos
procedimentos administrativos necessários.
Para quebrar
antigos paradigmas e incluir de verdade, todo diretor tem um papel
central. Afinal, é da gestão escolar que partem as decisões sobre a
formação dos professores, as mudanças estruturais e as relações com a
comunidade. Nesta reportagem, você encontra respostas para as 24 dúvidas
mais importantes sobre a inclusão, divididas em seis blocos.
Gestão administrativa 1. Como ter certeza de que um aluno com deficiência está apto a frequentar a escola?
Aos olhos da lei, essa questão não existe - todos têm esse direito. Só
em alguns casos é necessária uma autorização dos profissionais de saúde
que atendem essa criança. É dever do estado oferecer ainda uma pessoa
para ajudar a cuidar desse aluno e todos os equipamentos específicos
necessários. "Cabe ao gestor oferecer as condições adequadas conforme a
realidade de sua escola", explica Daniela Alonso, psicopedagoga
especializada em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita -
Educador Nota 10.
2. As turmas que têm alunos com deficiência devem ser menores?
Sim, pois grupos pequenos (com ou sem alunos de inclusão) favorecem a
aprendizagem. Em classes numerosas, os professores encontram mais
dificuldade para flexibilizar as atividades e perceber as necessidades e
habilidades de cada um.
3. Quantos alunos com deficiência podem ser colocados na mesma sala?
Não há uma regra em relação a isso, mas em geral existem dois ou, em
alguns casos, três por sala. Vale lembrar que a proporção de pessoas com
deficiência é de 8 a 10% do total da população.
4. Para torna a escola inclusiva, o que compete às diversas esferas de governo?
"O governo federal presta assistência técnica e financeira aos estados,
ao Distrito Federal e aos municípios para o acesso dos alunos e a
formação de professores", explica Claudia Pereira Dutra, secretária de
Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). Os gestores estaduais
e municipais organizam sistemas de ensino voltados à diversidade,
firmam e fiscalizam parcerias com instituições especializadas e
administram os recursos que vêm do governo federal.
(Fonte:
Revista Nova Escola)